E me encontro…
No
novo tempo
Sempre
é recomeçar
Nele
sou eu quem conta
Do
dormir ao acordar
De
repente o tempo chega se apresenta e quer ficar
E
te encontra de mãos atadas
Mente
em prontidão, resiste! Vão te solicitar.
Mas
não...
O
sol nasce e se põe
A
chuva vem e vai... e vem...
No
novo tempo, não há ninguém!
Reluto,
invento... reorganizo, procuro um fio tênue que eu possa me agarrar
E
o tempo ri...esperançoso
De
braços abertos, sedutor me envolvendo... sussurrando em meus ouvidos:
Vem...
sou todo seu...
E
paciente me espera chegar...
E
enfim me vejo.
Eu!
Retalhos
do passado?
Presente?
Projetos
de futuro?
E
ele ri...
Acha
graça de minha meninez... e me afaga longamente
Não
resisto...
E
o mundo fica morno... confortável, mesmo nos dias frios, nublados , ensolarados
ou chuvosos, não importa...mais...
Vejo-me
no espelho e gosto...
As
marcas do tempo estão lá...
Mas
me amo ainda mais!
Rugas...
como não amá-las.
São
o mapa de minha trajetória...
A
alma...
Hum...a
alma se despe inteira...e em paz...
Procuro
em seus escombros, a dor...
Grito
e ela não responde
A
porta escura se fechou...
Todos
os fantasmas se foram...
Não
há mais dor, nem rusgas...
Nem
os eternos se...se...se...
Neste
tempo que me encontro, nada mais foi, ou deseja vir a ser...
Simplesmente
é!
E
me encontro enfim...
Me olho , e me reconheço...
Quanto
tempo de espera...
O
tempo ri de novo...e acena que sim...
Tomo-o
então nas mãos e prazerosamente deixo que ele deslize preguiçosamente, me
inundando inteira...
Meu
corpo se entrega neste prazer inenarrável de simplesmente existir.
Deslizo
então, para dentro e para fora, sinto tão leve, fecho os olhos, posso voar...
Deságua
em mim um prazer inexplicável, deste encontro revelador.
Eu
plena de mim somente, neste encontro de amor!