segunda-feira, 3 de março de 2014

E me encontro…
No novo tempo
Sempre é recomeçar
Nele sou eu quem conta
Do dormir ao acordar
De repente o tempo chega se apresenta e quer ficar
E te encontra de mãos atadas
Mente em prontidão, resiste! Vão te solicitar.
Mas não...
O sol nasce e se põe
A chuva vem e vai... e vem...
No novo tempo, não há ninguém!
Reluto, invento... reorganizo, procuro um fio tênue que eu possa me agarrar
E o tempo ri...esperançoso
De braços abertos, sedutor me envolvendo... sussurrando em meus ouvidos:
Vem... sou todo seu...
E paciente me espera chegar...
E enfim me vejo.
Eu!
Retalhos do passado?
Presente?
Projetos de futuro?
E ele ri...
Acha graça de minha meninez... e me afaga longamente
Não resisto...
E o mundo fica morno... confortável, mesmo nos dias frios, nublados , ensolarados ou chuvosos, não importa...mais...
Vejo-me no espelho e gosto...
As marcas do tempo estão lá...
Mas me amo ainda mais!
Rugas... como não amá-las.
São o mapa de minha trajetória...
A alma...
Hum...a alma se despe inteira...e em paz...
Procuro em seus escombros, a dor...
Grito     e ela não responde
A porta escura se fechou...
Todos os fantasmas se foram...
Não há mais dor, nem rusgas...
Nem os eternos se...se...se...
Neste tempo que me encontro, nada mais foi, ou deseja vir a ser...
Simplesmente é!
E me encontro enfim...
Me  olho , e me reconheço...
Quanto tempo de espera...
O tempo ri de novo...e acena que sim...
Tomo-o então nas mãos e prazerosamente deixo que ele deslize preguiçosamente, me inundando inteira...
Meu corpo se entrega neste prazer inenarrável de simplesmente existir.
Deslizo então, para dentro e para fora, sinto tão leve, fecho os olhos, posso voar...
Deságua em mim um prazer inexplicável, deste encontro  revelador.
Eu  plena de mim somente, neste  encontro de amor!








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